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27 de abril de 2011

...Rennes-le-Château...







Cheguei ao final da tarde, a brisa irrequieta em conluio com a noite não me deixaram retratar o encanto desta pequena aldeia perdida entre a história e a lenda.
Rennes-le-Château realidade e ficção.

25 de abril de 2011

...castelo de Peyrepertuse - França...






Uff! cheguei.  Valeu a pena, mas é um castelo de difícil acesso.

...castelo de Peyrepertuse - França...





O caminho de acesso ao castelo faz-se pela retaguarda; de início ficamos perdidos em corredores de arbustos entrelaçados e os sentidos dizem-nos que algo está errado pois estamos a descer e era suposto subir. Mas de repente uma aberta na densa vegetação deixa-nos perceber as muralhas do castelo e aí entendemos que por vezes é preciso descer para depois subir.
Ao longo do percurso deparamos com as pedras e os troncos das árvores polidos pelos pés que passam e as mãos que procuram ajuda em corrimãos improvisados.

...castelo de Peyrepertuse - França...







E de repente surge ao longe uma escarpa e  o castelo de Peyrepertuse... ao olhar para trás ainda se vislumbra o de Quéribus.

...a história dos nomes...

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"Fadário. Chamava-se assim. Fadário da Luz do Espírito Santo. Pode parecer-vos um nome pouco plausível. Talvez vocês acredi­tassem mais depressa na história que vos quero contar se o meu personagem se chamasse, por exemplo, José Carlos Antunes. Eu, contudo, acho José Carlos Antunes um nome muitíssimo mais estranho do que Fadário da Luz do Espírito Santo. Não com­preendo porque tantas pessoas baptizam os filhos com nomes cujo significado ignoram, ou sobre os quais nunca reflectiram, ou mesmo com nomes sem significado algum.
Chamo-me Plácido Domingo. Muitos riem-se sempre que me apresento:
Plácido Domingo?! Ah! Ah! Que engraçado.
Estendem-me a mão: António Barata. Joaquim Rato. Manuel Mosquito.
Barata? Rato? Mosquito? O senhor chama-se rato e ainda ri?!
Em Portugal há muito mais ratos do que leões. Conheço camelos, coelhos, aranhas, leitões, mas nunca tive o privilégio de ser apresentado a um tigre ou a uma águia. Baratas, esses, são aos milhares. Uma verdadeira praga. Ao mesmo tempo, multiplicam-se por todo o lado as associações insensatas de ape­lidos, sem que a maioria das vítimas se aperceba. Esta chama-se Maria do Rego Leal, aquele José Penetra Murcho. Pior ainda são os antropónimos que as pessoas inventam, mutilando outros já existentes, ou recortando e colando partes de vários. No Brasil, os favelados baptizam os filhos com os nomes dos ricos e dos poderosos: Kenedy dos Santos, Washington Cardoso, Superman da Silva.
Por fim, temos as jintanjáforas, palavras sem significado algum, escolhidas apenas pela sonoridade. Vale tudo. E são estas pessoas, com antropónimos e apelidos insensatos, que troçam dos índios norte-americanos e brasileiros, ou de alguns povos tradicionais africanos, que ainda acreditam na importância das palavras, na sua natureza mágica, e baptizam os filhos para os protegerem, de forma a assegurar-lhes um destino feliz, ou por­que através dos antropónimos que lhes dão pretendem recordar acontecimentos relevantes para a comunidade."
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Depois de ter lido estas duas páginas, a minha memória foi buscar uma alegre discussão surgida espontâneamente no decorrer de uma reunião em Campo Maior, depois de uma campomaiorense afirmar que os africanos tinham nomes muito estranhos: objectos de uso corrente. Sendo eu a única "bimba" (eram assim denominados os não alentejanos), perguntei a cada uma das pessoas presentes o apelido...
Aqui fica uma lista de apelidos que por lá encontrei:
Penetra Murcho, Boi, Bagina, Menino de Ouro, Badalo, Moedas, Sardinha Morcela, Louro Rosado, Barrigola, Paio, Restolho, Carrapato, Vacas, Leão Pernão, Ensina, Sena Mexe, Candeias, Lavadinho Pouca-Roupa, Mana Pepe, Ramalhete, Bicho, Favita Carixas, Caldeirão, Caramelo Patacas, Setoca Cidade, Moacho Boquinhas, Marmelito, Maria Tomatas, Aranha Canané, Ruivo Grãos-Duros,  Caraças, Nabeiro, Rato Toureiro, Labrego, Chouriço, Caga-Latas, Nora Cachola, Ramos Raminhas, Bolas Sande, Grilo Majarico, Marvanejo Corta Ventos, Policarpo da Cal, Gaita, Contradanças, Amante, Grelhas, Rato,...
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Quando tentei saber a origem dos apelidos mais insólitos (característicos do Alto Alentejo), constatei que há várias teorias; uma delas sugere que é fruto do isolamento existente entre os montes (propriedades alentejanas) e as vilas onde se faziam os registos de nascimento. Assim, aproveitava-se a ida do vizinho à vila para o incumbir de tão  especial favor. Ele registava a criança com o nome que o amigo lhe dissera, mas quando questionado sobre o apelido a dar-lhe, por desconhecimento, dava a alcunha por que era conhecido o pai da criança.

...Milagrário Pessoal...

" O professor não é ateu? Pensei que não acreditasse em milagres.
Claro que acredito em milagres. Inclusive colecciono milagres. Mostrei-lhe este pequeno caderno de capa vermelha, envernizada, onde agora escrevo:
Milagrário Pessoal
Vou anotando nas páginas do meu Milagrário Pessoal os factos extraordinários que me sucedem, ou de que sou involuntária testemunha, dia após dia. É  um diário de prodígios. Os milagres acontecem a cada segundo. Os melhores costumam ser discretos. Os grandes são secretos.
Folheei o caderno, fui lendo ao acaso:
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"Sexta-feira, 28 de Agosto de 2009
Esta noite sonhei com um verso de Sophia. Sonhei que o tinha escrito eu. Fiquei tão feliz que continuei a sorrir mesmo depois de acordar. "O senhor professor parece que viu Deus em toda a sua glória", disse-me Gina enquanto me servia o café. Ter sido Sophia durante alguns segundos não anda muito longe, parece-me, da glória de ver Deus."
José Eduardo Agualusa - Milagrário Pessoal

22 de abril de 2011

...o castelo de Quéribus - França...

















... este castelo fica localizado na escarpa de uma montanha e em cima de um rochedo. Para lá chegar ainda é preciso fazer uma pequena caminhada em terreno íngreme. Mas a paisagem soberba merece o esforço. De um lado, vislumbra-se o castelo de Peyrepertuse e a pequena aldeia de Cucugnan; de um outro lado, os picos dos Pirenéus cobertos de neve. No interior, somos seduzidos de imediato pela janela da sala gótica.
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Mais aqui.