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26 de junho de 2011

...A Árvore da Vida...


Todos nós somos coleccionadores de objectos de uma vida: a nossa. Com eles vamos delineando  a árvore onde  vive a memória e a saudade; de quando em quando cai-nos no regaço uma folha matizada de alegria ou de tristeza (assim é a vida) e o tempo recua à nossa infância.
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Fui ver A Árvore da Vida de Terrence MalicK.  Neste filme é retratada a vida familiar de um homem que no presente tem flashbacks na sequência das suas dúvidas existenciais.
 Foram 2h30 de belíssimas imagens que, não raras vezes, nos obrigam a construir o enredo e se apropriam das nossas memórias como se fossem senhoras sabedoras do  nosso passado.
Por vezes não é um filme de leitura fácil e obriga-nos a largar o papel inicial de mero espectador; outras peca por nos dirigir para uma excessiva espiritualidade New Age que torna o final numa amálgama de encontros transcendentes (o que é demais para uma ateia convicta). Mas é sem dúvida um filme incontornável por bascular o espectador, provocando-lhe por vezes um desconforto e outras uma plenitude difícil de alcançar; não esquecer a  discussão polarizada que criou e o facto de nos colocar em diálogo com nós próprios.
Não percam.
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O chapéu que, do alto do bengaleiro, vigia o meu hall é um dos muitos que o meu pai usava; em tempos era peça obrigatória no roupeiro de todo o homem.
As botas (da nossa Menina Amor) cansadas de tanto cair e levantar, de tanto partir e descobrir, ancoraram numa prateleira junto da Ciência dos Sonhos (não podiam estar em melhor companhia!).

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