A acreditar que a conversa é como as cerejas e que o que custa é começar, princípio este périplo por Lanzarote revelando a minha veneração pelo homem - César Manrique - que ali conseguiu implementar a sua visão integradora e harmoniosa da arquitectura, a ponto de não haver sinais de plástico, chapas metálicas ou painéis publicitários em toda a ilha e posso dizer que a corri de lés-a-lés.
À chegada, fui surpreendida pela inóspita paisagem, pelo negro da lava. Enquanto o carro avançava em direcção a Costa Teguise não conseguia parar de pensar na capacidade que o ser humano tem de se adaptar a ambientes hostis, e ainda não tinha eu visto os jardins de lava das muitas casas que à posterior encontrei, nem os vinhedos, nem as hortas, nem as searas. É de louvar o esforço hercúleo de todos aqueles que fizeram renascer esta ilha depois da terrível erupção do vulcão (1730-1736) nas Montanhas do Fogo que dizimou povoações e transformou terras férteis em mares de lava solidificada.
Muitos dos atractivos de Lanzarote são, pois, fruto do trabalho de um povo a pensar em si e nas gerações vindouras e de entre esse povo surge inequivocamente o nome de Manrique (1919-1992) nascido em Arrecife (capital).
Bem-haja o tão grande Querer deste Homem e de todos os Outros que com ele trabalharam para preservar a paisagem natural a que a Unesco atribuiu o estatuto de Reserva da Biosfera!
1 comentário:
Que lugar maravilhoso :)
uma das coisas que mais me impressionou na Islândia foi precisamente a imensidão dos campos de lava.. uma paisagem lunar..
beijinhos
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