Como pôde um número substituir um nome, uma vida?
Como pôde uma menina de 13 anos (ou terei eu de dizer uma mulher de 13 anos) carregar o peso de um ódio inexplicável a todo um povo?
Em agosto, deste ano em que se comemoram os 70 anos do final da Segunda Guerra Mundial, fui a Auschwitz; antes de partir e depois de chegar tenho lido e visto documentários sobre esta temática à procura de um porquê, à procura de um motivo que atenue esta barbaridade, à procura de uma pista, de algo que me explique como uma mente demente galvanizou milhares levando-os a cometer atrocidades difíceis de descrever para quem viveu o horror e difíceis de aceitar para quem o soube à posteriori.
Como foi possível manter o silêncio, quando bandos de cadáveres passavam pelos caminhos em direção aos campos de trabalho, às fábricas mantidas com trabalho escravo?
Como é possível não respirar os cheiros vindos de campos de extermínio, não ver as cinzas expelidas e projetadas a quilómetros de distância?
Como posso eu pertencer à mesma espécie de um homem capaz de fazer a seres humanos aquilo que eu não consigo fazer a um animal indefeso? Como?
Como pegar neste legado e não deixar que a história se repita?
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