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17 de julho de 2015

...viajar...

Há viagens que não terminam e que começam muito antes de serem feitas. Assim tem sido o meu périplo pela Turquia.
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De manhã gosto de ligar o computador e de dar uma olhadela pelo que vai acontecendo por esse mundo fora; começo pelo email... hoje fui parar a Martha Medeiros (que eu não conhecia) através do Alancha, ao qual cheguei vinda do Rurk Aski,  a Minha Turquia. Pelo caminho encontrei Pablo Neruda, Borges e  Gabriel García Márquez.

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"O Tribunal de Contas (TdC) considera que o aumento dos descontos para a ADSE foi "excessivo", não tem suporte em estudos e que, em 2015, bastaria uma contribuiçõa de 2,1% para que os custos com os cuidados de saúde prestados fossem integralmente financiados pelos beneficiários. E mesmo que houvesse necessidade de garantir um excedente de segurança, os trabalhadores da função pública e aposentados do estado teriam apenas de descontar 2, 25% dos seus salários ou pensões, uma percentagem bastante inferior aos 3,5% exigidos atualmente... A prova de que a subida da taxa de desconto para 3,5% foi excessiva é o excedente de 138,9 milhões da ADSE, verificado em 2014, e de 89,4 milhões de euros, previsto para 2015.
O problema, nota o TdC, é que este excedente está a ser usado em proveito do Estado, servindo “apenas objectivos de consolidação orçamental do Estado”. É que a entidade que gere a ADSE “tem uma propriedade muito limitada sobre os excedentes gerados (…) visto não os poder utilizar livremente, seja no financiamento da despesa de saúde ou na obtenção de uma remuneração pela subscrição de aplicações financeiras ou, eventualmente, pela aplicação noutros investimentos”. “Pelo contrário”, refere-se no relatório, “é o Estado quem tem beneficiado da utilização desses excedentes, provenientes dos quotizados da ADSE, a uma taxa de 0%, isto é, sem qualquer remuneração paga à ADSE”. in Público 17/07/2015
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No jornal encontrei novamente Martha Medeiros, sem haver referência direta a nada que seja seu, mas o que me ocorreu, após a leitura daquela notícia foi:" um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população... evitemos a morte em suaves porções..."
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"Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos.
Morre lentamente quem faz da televisão seu guru  e seu parceiro diário.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. 
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte, ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em suaves porções..."
Martha Medeiros (Texto com supressões)
Aqui o texto original


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