...mãos...

E este primeiro taleigo é um presente para esta senhora a quem o tempo vivido já não deixa coser, apesar das mãos continuarem esbeltas e não terem perdido expressividade e beleza.

...saco multiusos...

Decidi alegrar este dia cinzento com uma aula de patchwork. Fui aqui buscar o modelo de um saco; imprimi e segui todas as instruções, não sem antes fazer a conversão para centímetros, e no final saiu este taleigo.

Para quem desconhecia o termo taleigo aqui fica um bom exemplo, mais.

...botões e outras aplicações...

...para os novos cachecóis feitos com tweed de lã e de algodão.

...botões...

... os cinco sentidos...

Saí à rua para comprar o jornal.

Passei na florista e o olfacto direccionou-me a visão ao mesmo tempo que a audição me trazia, na voz de outrem, o eco do meu pensamento:"Já há frésias!"... mas a ponta do nariz enregelada pelas carícias do vento polar afastaram-me da Primavera, das frésias e do seu perfume.

Por vezes esqueço que as flores tal como os legumes e os frutos já não têm época...

E nós? Qual é a nossa idade quando já somos a fusão do tanto que vivemos e do tanto que ainda queremos viver? Que idade tem aquele que aos vinte sobreviveu às intempéries que o seu avô conhece apenas de ouvir contar no conforto do sofá? E aquele outro que aos setenta quer ainda mudar o mundo daqueles que com dezoito vivem sem sonhos e sem projectos?

E tudo isto me leva ao "Estranho caso de Benjamin Button" de David Fincher baseado na obra de F. Scott Fitzgerald.

Benjamin nasceu com 80 anos e sofrerá toda uma vida com os desencontros provocados pelo desfasamento entre a sua idade física e a sua idade psicológica, entre aquilo que ele deseja e aquilo que é suposto desejar, entre aquilo que ele sente que é e o que é suposto ser tendo em conta a sua aparência.

...apanhadores de sonhos(ii)...

Neste Natal alguém quis que os meus sonhos se tornassem realidade e ofereceu-me um par de brincos em forma de apanhadores de sonhos.

Por sua vez, a Menina-Amor juntou contas de vidro e criou este colar.

Ontem usei-os em conjunto e fiquei com a certeza que o sonho bom que tive só pode ser verdade.

...apanhadores de sonhos...

Em Monument Valley , terra dos índios Navajo, descobri que existem apanhadores de sonhos. Durante a noite prendem todos os sonhos na sua teia e de manhã libertam o que resta dos sonhos maus e que a pedrinha turquesa queimou; os bons aí permanecem para que todas as noites venham ter connosco e se tornem realidade.

...novidades...

... na Retalhos.

...nevoeiro...

E como lá fora o nevoeiro teimava em fazer do dia noite, aproveitei para, no calor da casa, acabar alguns cachecóis.

...vozes no feminino...

Ontem, fui pela primeira vez a um concerto da Mafalda Veiga.
...

Na semana passada, descobri os Deolinda.

...

Hoje, estou a redescobrir o "Femme fin de siècle" da Louise Vertigo.

...

...inventário(ii)...

...inventário...

Por vezes o tempo passa rápido e a pedra colorida e transformada em peça única pelo grande artesão que é o Tempo, e que eu procuro, não aparece...

...o sonho...

Pelo sonho é que vamos,

Comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?

Haja ou não frutos,

Pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.

Basta a esperança naquilo

Que talvez não teremos.

Basta que a alma demos,

Com a mesma alegria,

ao que desconhecemos

e do que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
-Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama

... o frio faz destas coisas...

ss

A neve de ontem obrigou-me a desmarcar um jantar. Fiquei em casa e fiz mais cachecóis para a Retalhos.

...cai neve...

Fui lá fora ver os farrapos de neve, mas eles rapidamente passavam ao estado líquido.

...tricotar...

Há anos que não tricotava. Mas desde que nasceu o Gaspar tenho ocupado o tempo livre a dar ao dedo. E cheguei à conclusão de que é como andar de bicicleta: não se esquece!

Foi este o resultado final! A cor não é bem a que eu tinha idealizado, pois não sou adepta dos rosas e dos azuis para bebés. A escolha de lãs anti-alérgicas para recém-nascidos não me deu alternativa.

Espero que o meu amigo Gaspar não seja muito exigente!!!

...Há pessoas assim...

O Pai Natal passou, hoje, por minha casa. Deixou um grande saco cheio de retalhos e duas caixas de botões.

Não lhe conheço o rosto, mas sei que se chama Isabel, é amigo da minha amiga CC e herdou recentemente uma casa onde encontrou amostras de uma antiga retrosaria. Não sabendo o que com elas fazer procurou alguém que delas fizesse um bem e que sentisse como ela o coração cheio de uma intensa alegria ao desfolhar cada página imprensa no tear.

E assim um pequeno tesouro guardado durante décadas por um velho senhor setubalense veio parar às minha mãos.

Obrigada à Isabel, ao seu tio e à minha amiga CC.

...novas écharpes...

...na Retalhos.

...É tão bom...

"Vale a pena ver

o mundo aqui do alto

vale a pena dar o salto"

...Ano Novo...

... e dentro de dias uma nova vida: o Gaspar.

E para o bem receber fiz-lhe, hoje, um novo amigo.